Secretaria da Agricultura anunciou ontem o Plano ABC Estadual, com investimentos de R$ 4 bilhões para Fixação de Nitrogênio em 5,5 milhões de hectares e aumento do Plantio Direto

DCI

Com uma meta audaciosa, a Secretaria de Agricultura anunciou ontem o Plano ABC voltado ao Estado de São Paulo. O objetivo é reduzir em 1,2 milhão de toneladas a emissão de gás carbono até 2020.

Para isso, será necessário em torno de R$ 4 bilhões para financiar os produtores.

O plano é similar ao já estabelecido em âmbito nacional e consiste em recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas por meio do manejo adequado; aumentar a adoção de sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e de Sistemas Agroflorestais (SAFs) em 4 milhões de hectares; ampliar a utilização do Sistema Plantio Direto (SPD) em oito milhões de hectares; e ampliar a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN) em 5,5 milhões de hectares.

Para o secretário da Agricultura, Arnaldo Jardim, o maior benefício em São Paulo será a diversidade de culturas. “Acreditamos que de 400 mil a 500 mil hectares, com o fim da queima da cana-de-açúcar, vão ter uma reconversão”, destacou ao DCI.

Para ele, é necessário apresentar a rentabilidade do programa aos produtores, e, assim, ganhar terreno com a agricultura sustentável. “Devemos mostrar, inclusive, que não só fecha a conta, mas que é mais rentável. Os lugares onde foram desenvolvidos o Programa Lavoura-Pecuária-Floresta mostram incremento na renda muito significativo”, declarou o secretário da Agricultura de São Paulo.

O coordenador-geral de Produção Sustentável do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Elvison Nunes, disse que o grande potencial em São Paulo é sobre a cultura de cana-de-açúcar.

“O Estado tem condições de contribuir com todas as tecnologias [e culturas], principalmente nessa área de cana-de-açúcar, que, não sendo mais utilizado com essa finalidade, vai ter, pastagens de degradadas para recuperar, florestas solteiras ou integradas”, afirmou Nunes.

Na safra 2015/2016, as áreas com pastagens degradadas recuperadas em São Paulo foi reduzida para 252 ante as 627 no período 2014/2015.

De acordo com o técnico do Ministério da Agricultura, o ABC pode incentivar o produtor em um momento de dificuldade econômica.

“Na medida em que o produtor local do estado vê realmente uma política pública, criando curso nos principais centros, incentiva o interesse. Começa a ter um movimento de estímulo maior para ele se integrar nessa política, mesmo com uma economia em um momento não tão bom e juros acima de anos anteriores”, disse Elvison Nunes.

Tratativas

A versão paulista do Plano ABC vem sendo articulada desde novembro do ano passado pela Secretaria Estadual de Agricultura junto a Superintendência Federal, órgão do Ministério da Agricultura, e entidades de classe como a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), entre outras.

O programa integra a meta do Brasil, anunciada em setembro do ano passado pela presidente Dilma Rousseff, em discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), de reduzir em 43% a emissão de gases do efeito estufa até 2030 e de 37% até 2025, o que impacta diretamente no desenvolvimento sustentável das cadeias do agronegócio.

Segundo o técnico do Mapa, o Programa ABC reconhece a diversidade da agricultura sustentável em cada estado. “Quem conhece cada realidade são os estados. Dentro dessa visão, nós procuramos dar a oportunidade, através do Plano, de cada estado se manifestar sobre o seu potencial para mitigar a emissão de gás carbono”, disse o coordenador geral de Produção Sustentável da Pasta Agrícola.

Válido de 2010 a 2020, o Plano ABC Nacional consiste em sete metas: a recuperação de pastagens degradadas; a expansão dos programas Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e Sistema Agroflorestais (SAFs); o Sistema Plantio Direto (SPD); a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN); florestas plantadas; tratamento de dejetos animais; e adaptação às mudanças climáticas.

Segundo informações do Mapa, são 28 mil contratos desde 2010, totalizando R$ 13,2 bilhões. O Centro-Oeste, com R$ 3,2 bilhões, é a região com maior volume de crédito em tecnologias do ABC.

Fonte DCI

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