O nitrogênio é um dos principais nutrientes envolvidos em processos fisiológicos e metabólicos das plantas. Por ser requerido em grandes quantidades é considerado um macronutrientes, fazendo parte da composição vegetal da planta.
Entretanto, a adubação nitrogenada para altas produtividades pode representar um elevado custo de aquisição de insumos quando fornecida de forma suplementar pela utilização de fertilizantes nitrogenados comerciais. Contudo, o processo simbiótico que ocorre entre bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico e plantas como a soja, torna o processo de inoculação dessas plantas uma interessante alternativa na redução de custos de produção com a utilização de fertilizantes nitrogenados visando altas produtividades.
Segundo Gitti (2016), a simbiose entre plantas de soja e bactérias fixadoras de nitrogênio do gênero Bradyrhizobium é capaz de contribuir com todo o nitrogênio requerido pela soja para produtividades médias de até 3600 kg.ha-1.
Além do processo de inoculação da soja com bactérias do gênero Bradyrhizobium a coinoculação da soja com bactérias do gênero Azospirillum vem sendo estudada por pesquisadores do meio, bem como suas contribuições na produtividade e benefícios fornecidos as plantas de soja.
Conforme observado por Gitti (2016), a inoculação de soja mais a coinoculação promove além do aumento da produtividade da soja, o aumento do número de nódulos fixadores de nitrogênio nas plantas.
Figura 1. Produtividade da soja em 2015 e 2016 obtidas em tratamentos sem a inoculação de sementes, inoculação (Bradyrhizobium), coinoculação (Bradyrhizobium + Azospirillum brasilense) Fundação MS, Maracaju, MS, 2016.
Tendo em vista a importância da participação da inoculação e coinoculação da soja no sistema produtivo, Um painel abordando o tema foi realizado no canal Soja Radar da Tecnologia, o qual pode ser acessado clicando aqui.
O painel foi conduzido pelos pesquisadores da Embrapa Soja Marco Antonio Nogueira e Mariangela Hungria da Cunha e contou com a participação de Edivan J. Possamai, Gestor Estadual do Projeto Grãos do IDR-Paraná e também Marquel J. Holzschuh, Coordenador de Solos da SLC Agrícola. Dentre os temas abordados, foi tratada a capacidade do processo de inoculação em contribuir com todo o nitrogênio necessário para boas produtividade da soja, assim como as alternativas viáveis e disponíveis para a realização da inoculação, como por exemplo a inoculação no sulco de semeadura.
A pesquisadora Mariangela destaca que além de realizar o processo de inoculação, é necessário cautela com alguns critérios para a qualidade da prática e melhor retorno econômico, tais como garantir quantidades mínimas de 100ml/50 kg de sementes, possibilitando uma população mínima de 1,2 milhões de células/semente e quando realizada a inoculação no sulco, 2,5 milhões de células/semente. Segundo Mariangela, com base em resultados de pesquisa da instituição, o processo de reinoculação proporciona o aumento de produtividade da soja na ordem de 8% destacando a importância da continuidade da prática.
Com relação ao processo de coinoculação da soja com bactérias do gênero Azospirillum Marco Antônio destaca que ganhos de produtividade de até 16,1% são observados, demonstrando a potencial contribuição das bactérias no aumento de produtividade da soja. Outra característica interessante destacada pela pesquisador é o aumento da massa de nódulos e nitrogênio acumulado na parte aérea da planta, sendo ambos maiores quando realizada a coinoculação da soja.
Figura 2. Massa de nódulos e nitrogênio acumulado na parte aérea de soja (período em dias após a emergência da cultura).
Além disso, o pesquisador enfatiza que os efeitos da coinoculação da soja vão além do ganho de produtividade da cultura, sendo também observados no aumento do crescimento do sistema radicular das plantas.
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As contribuições da inoculação e coinoculação da soja também são trazidas por Marquel que demonstra alguns resultados de produtividade obtidos em ensaios internos e que evidenciam com clareza o aumento da produtividade da soja em decorrência dos processos de inoculação e coinoculação da soja.
Figura 3. Resposta da produtividade da soja em função da inoculação e coinoculação, Bahia, 2019.
Fonte da matéria: + Soja
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