Um tema bastante discutido na cultura da soja, que até hoje divide opiniões, é a necessidade ou não da aplicação de N mineral. Apesar de trabalhos científicos comprovarem a capacidade da simbiose da planta com o rizóbio em suprir a demanda da soja por N, existe a crença de que a aplicação de certas quantidades de fertilizante nitrogenado possa aumentar o potencial produtivo. Porém, hoje, iremos comentar apenas sobre como a presença do N mineral no solo prejudica a simbiose planta-bactéria.
É fato comprovado e aceito por todos que há uma queda na nodulação e na FBN da soja quando se aumenta a dose de N mineral aplicada no solo. Mas por que isso ocorre? Há duas explicações que podem aclarar esse fenômeno. O primeiro, que afeta diretamente o nódulo, é a redução na permeabilidade do córtex dos nódulos e na afinidade da leghemoglobina ao oxigênio, inativando a nitrogenase, responsável pela fixação do N atmosférico.
A segunda explicação, com efeito indireto, está no menor gasto energético da planta de soja ao absorver o N mineral do solo em relação à simbiose. O processo de FBN gera um alto gasto de energia na forma de ATP, suprido pelos fotoassimilados produzidos pela planta e transportados aos nódulos. Portanto, com N disponível no solo, a planta prioriza a absorção e destina menos energia às bactérias, reduzindo a FBN.