A prática da inoculação da soja com estirpes de Bradyrhizobium spp. já é amplamente utilizada no Brasil. A economia com fertilizantes nitrogenados por conta da eficiência da fixação biológica de nitrogênio pelas bactérias tornou o uso desse produto indispensável aos produtores. Então, se inocularmos uma vez e obtivermos os ganhos de produtividade esperados, não precisamos inocular mais nas próximas safras? A bactéria vai continuar no solo ao longo dos anos?

A resposta para a pergunta do parágrafo anterior é NÃO, a inoculação deve ser realizada todo ano para haver uma simbiose bem estabelecida e uma eficiência maior na fixação do N. Isso ocorre porque o Bradyrhizobium apresenta alta mortalidade no solo, mesmo em períodos curtos. De um ano para o outro, poucas bactérias contidas no inoculante sobreviverão, além de apresentar menor capacidade de infectar as raízes, sendo necessária uma nova aplicação. A inoculação também posiciona as bactérias mais próximas às raízes da planta, aumentando a o número de nódulos na raíz principal, esses que são mais eficientes que os nódulos das raízes secundárias, e tudo isso contribui para os incrementos na produtividade de grãos.

Dados da Embrapa Soja, em áreas no Brasil e na Argentina com população estabelecida de rizóbios (mínimo 1000 células de Bradyrhizobium por g de solo), mostraram que a reinoculação traduziu em ganhos de produtividade de até 23% na soja. Em outro trabalho da Embrapa, com 29 ensaios em 5 estados do Brasil (RS, PR, MT, DF e GO), em solos com população de rizóbios de 103 a 105 células por g de solo, o incremento médio do rendimento de grãos foi de 8% com a reinoculação. Ademais, a prática anual da inoculação também possui efeito positivo no fornecimento de N para a cultura seguinte, aumentando a economia com fertilizante nitrogenado.

Nesta janela de semeadura de soja, nós da ANPII e as empresas associadas recomendamos que seja feita a inoculação com os fixadores de N, com produtos registrados que garantem a qualidade da bactéria presente no inoculante.